Paratleta transgênero italiana não chegou à final

A velocista transgênero com deficiência visual Valentina Petrillo chegou às semifinais dos 200m e 400m T12, mas não se classificou para as finais.
Em entrevista, ela disse que se sentiu bem-vinda por seus colegas competidores, mas fora da vila paralímpica na França, a situação é outra. “Lá fora, sabemos que não é a mesma coisa. Espero que este possa ser o início de uma transformação para pessoas transgênero”, afirmou.
Petrillo tem 51 anos e fez a transição em 2019, aos 45. Antes disso, competiu nas categorias masculinas e nesta edição. Ela disse que esperava alguma reação negativa ao se tornar pública, mas sugeriu que qualquer transfobia no esporte é resultado de alarmismo. “Só houve uma pessoa abertamente transgênero que participou das Paralimpíadas, eu. As pessoas disseram que homens iriam competir como mulheres só para poderem vencer, mas isso não aconteceu de forma alguma. É apenas transfobia.”
O Comitê Paralímpico Internacional (IPC) confirmou que a lançadora de disco holandesa Ingrid van Kranen foi a primeira paralímpica transgênero a competir nas Paralimpíadas. Ela participou da edição do Rio, em 2016, e morreu cinco anos depois, em 2021. Van Kranen não tinha a transição aberta.
Nos últimos anos, o discurso em torno de atletas transgêneros atraiu ampla atenção. Os órgãos reguladores endureceram suas regras de participação para atletas não-binários em competições femininas de elite, pois o IPC permite que cada órgão regulador estabeleça suas próprias políticas, enquanto o World Para Athletics permite que um indivíduo legalmente reconhecido como mulher compita na categoria para a qual sua deficiência o qualifica.
(Dados da CNN Brasil)